domingo, 22 de março de 2009

BestBuy do Cerrado prepara sua invasão


Com um plano ambicioso e um orçamento de respeito, a rede de serviços de tecnologia CTIS, que nasceu no Centro-Oeste do país, prepara sua entrada nos mercados do Rio de Janeiro e São Paulo com megalojas inspiradas no modelo da norte-americana Best Buy.
O nome pode soar estranho aos nossos ouvidos, mas a CTIS não é nenhuma iniciante. No mercado de tecnologia desde 1983, a companhia faturou nada menos que R$ 457 milhões em 2008 e pretende chegar a R$ 610 milhões de receita neste ano, passando imune à crise.
Parte do crescimento virá de uma ofensiva da rede no Sudeste. Com um investimento de R$ 110 milhões, a CTIS pretende inaugurar 11 lojas ao longo dos próximos dois anos. Nada parecido com aquela lojinha de informática do seu bairro ou com as pouco vistosas gôndolas de computadores dos hipermercados.
Assim como as redes norte-americanas de eletrônicos e informática, a CTIS aposta no modelo de megastores. São lojas amplas, com visual moderno e em pontos comerciais visados, como o Barra Shopping, no Rio, e o novo Shopping Vila Olímpia, em São Paulo.
A rede já possui seis lojas neste padrão em Brasília e Goiânia. O plano de expansão prevê a inauguração de seis lojas ainda em 2009, a partir do mês de março. Além de uma nova loja em Brasília, serão duas novas lojas no Rio de Janeiro e duas no interior de São Paulo – em Campinas e Ribeirão Preto.
“O objetivo é ir primeiro ao interior para tornar a marca conhecida e preparar a chegada a São Paulo”, explica Avaldir Oliveira, presidente da CTIS. A primeira loja na capital será inaugurada em novembro, no novo Shopping Vila Olímpia, que ainda está em construção. Outras cinco lojas devem ser inauguradas em 2010.
Com mais de 4 mil itens no portfólio, as lojas vão priorizar artigos de informática e vida digital, como celulares, GPSs e telas de LCD. Para se diferenciar dos grandes magazines, que se conquistam o consumidor com preços competitivos e parcelamentos sedutores, a rede vai apostar ainda em serviços agregados.

Serviços diferenciados
Além de itens já comuns em outros varejos, como garantia estendida ou seguro parcelamento, a CTIS montou pacotes de serviços para se diferenciar da concorrência. São três linhas principais: webconferência, back-up online e help desk. Os serviços devem custar entre R$ 300 e R$ 500 anuais e estréiam entre maio e agosto deste ano. No longo prazo, eles deverão ser responsáveis por 20% do faturamento das lojas, segundo o presidente.
O plano soa audacioso – talvez até demais para um momento de crise. Nos Estados Unidos, a rede Circuit City, que atuou no mesmíssimo modelo por 60 anos, acaba de fechar as portas. No final de 2008, a rede pediu concordata e, sem conseguir um acordo com seus credores, fechou suas 567 lojas no território norte-americano.
Mas, segundo Oliveria, o plano de expansão da CTIS é cauteloso e já foi redimensionado em função da crise. A meta inicial era expandir a rede para 50 lojas nos próximos quatros anos, mas já foi revista para 26 unidades no mesmo período.
Em conseqüência dos investimentos, o varejo deve crescer em participação no faturamento da companhia, passando a responder por 50% da receita até 2012. Hoje, 70% dos negócios do grupo estão concentrados na unidade de serviços de TI, que engloba fábrica de software, outsourcing de recursos humanos e de impressão, service desk, help desk e venda de licenças e implementação de soluções de parceiros como Microsoft, Oracle e Sybase. Nesta frente, a CTIS já possui operações em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
A área corporativa também foi reforçada, com a recente aquisição de uma empresa especializada em soluções para mainframes, a FourBears. A CTIS pagou 6 milhões de reais por 60% da companhia e deve comprar os 40% restantes dentro de quatro anos.
Daniela Moreira, de INFO Online

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