domingo, 22 de março de 2009
Testamos o Vaio P, o netbook de grife da Sony
A Asus investiu num negócio chamado netbook, que dá para levar embaixo do braço e não pesa no bolso. Todo mundo foi atrás e a coisa virou febre. Para fazer diferente (e fazer bonito), a Sony deixou de lado a economia e ficou só com o minimalismo. Aí saiu o brinquedo chamado Vaio P530A. E, sem nenhum exagero, nessa máquina o pessoal da engenharia fez uma verdadeira obra de arte. O design dela é muito legal, num formato ultra widescreen, que dá pra carregar com uma mão e colocar no bolso do paletó.
Sofisticado em todos os cantos, o produto é tão diferente da enxurrada de minilaptops que a gente tem visto por aí que é até sacanagem colocá-lo na mesma categoria. Ele mede 12 centímetros de largura e tem 2 centímetros de espessura, resultando numa carcaça de apenas 620 gramas. Para você ter uma ideia, os netbooks comuns têm cerca de 1 kg (e, acredite, 380 gramas fazem uma tremenda diferença quando estão na sua mochila).
O mais impressionante nesse micrinho é a tela de 8 polegadas, e não apenas pelo formato diferente, mas também pela altíssima resolução de 1 600 por 768 pixels. Isso tem dois efeitos colaterais, um positivo e outro negativo. A parte boa é que a exibição de imagens e vídeos é espetacular. O display é de ótima qualidade e tem nitidez bem acima da média, mesmo não sendo brilhante, o mais recomendável em máquinas multimídia. O lado ruim está na hora de fazer atividades mais simples, como navegar na internet, pois tudo fica muito pequeno. Você precisa ter visão de lince e rolar a página várias vezes. E nem pense em mudar a resolução, pois tudo fica esticado ou apertado demais.
Entre smartphone e netbook
Pode inventar o nome que você quiser para a categoria criada pela Sony (afinal, o fresco PocketStyle PC não deve pegar, ou você curtiu?). O fato é que o pequeno computador é direcionado para quem não está satisfeito com apenas um smartphone na hora de digitar e-mails e adiantar alguma coisa para o trabalho quando estiver na rua. Para essas tarefas rápidas, ele é mesmo uma mão na roda, principalmente porque seu teclado é bem razoável, proporcionando um certo conforto.
Para conseguir encaixar teclas de um tamanho decente nessa base, a Sony não fez nenhum milagre. Simplesmente abdicou do touchpad, colocando uma trackball em seu lugar. Você provavelmente odeia essa bolinha, mas ela é bem sensível, melhor que a usada naqueles notebooks corporativos. No fim das contas, o touch faz falta, mas pilotar a máquina com agilidade é uma questão de costume.
No mais, não há muitas coisas para reclamar nesse quesito, a não ser da proximidade entre os botões do cursor e a barra de espaço. Ao bater na barra com o polegar, quando você está escrevendo alguma coisa rapidamente, é comum esbarrar nos comandos errados. Ah, e tem a velha chatice dos notebooks da Sony: para digitar caracteres como barra e ponto de interrogação, é necessário usar uma combinação de teclas.
Produtividade Real
Você vê que uma máquina é bem pensada quando ela está cheia de recursos inovadores para facilitar sua vida na hora do aperto. Uma coisa difícil de comandar quando você não tem um touchpad é a disposição das janelas. E a Sony resolveu isso de uma forma inteligente – colocou um botão de organização rápida, para montar um mosaico aleatório com os programas abertos. Exagerando muito, dá até para trabalhar com três páginas ao mesmo tempo.
Também existe um recurso interessante para abrir aplicativos rapidamente, quando o micro estiver desligado. Em cerca de 20 segundos, sem carregar o Windows, você abre uma espécie de sistema operacional simplificado, com aplicações como player de músicas e vídeos, mensageiro instantâneo e navegador. Tudo isso numa interface simples e bonita, lembrando a do Media Center. O programa funciona com certa lentidão, mas quebra o galho.
Enquanto a maioria dos minilaptops encontrados no mercado usa Windows XP ou alguma distribuição de Linux, o Vaio P exagera ao vir com o Windows Vista, na versão Home Premium. Todo tipo de software roda com lerdeza, e não há justificativa para o fato de uma máquina de quase 4 mil reais te deixar nervoso na hora de abrir um simples editor de texto.
Sofisticado por fora, mas por dentro...
A Sony poderia ter caprichado na configuração com o mesmo empenho mostrado na hora de criar o design do notebook. Em geral, a configuração dele é mais fraca que a dos minilaptops comuns, principalmente por causa do processador Intel Atom Z530, de 1,3 GHz. O disco rígido é de apenas 60 GB, e o único componente que merece destaque é a memória RAM de 2 GB. A versão testada é a única vendida no Brasil, mas no exterior é o modelo basicão.
O resultado, como já havia ficado claro no teste de usabilidade, é um desempenho abaixo das expectativas. Seu Índice de Experiência no Vista é de 2,7, sendo o maior gargalo o processador. No PCMark05, a máquina atingiu 628 pontos, enquanto o normal para os netbooks é superar os 1 000 pontos. Já no 3DMark06, que avalia o desempenho do conjunto com gráficos em 3D, a pontuação foi 86, ficando dentro da média. Outro resultado problemático veio no teste de bateria. O PC aguentou apenas 108 minutos durante uso intenso. Pior: demorou mais de três horas para carregar completamente.
No quesito conectividade, também não há nada além do esperado. O Vaio P possui Bluetooth, wireless no padrão 802.11n e duas portas USB. Outra coisa legal é a câmera com Motion Eye (ou seja, ela acompanha o seu olhar). Mas várias coisas ficam faltando, como GPS e suporte a chips 3G, recursos presentes nas séries mais avançadas desse micrinho lá fora.
Marco Aurélio Zanni, de INFO Online
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