quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Queda de preço da memória flash estimula inovação

Cartões SD, memory keys USB e unidades de armazenamento interno devem ganhar muita capacidade; usuários também verão a redução dos preços de discos SSD em notebooks.
Por IDG News Service
06 de fevereiro de 2008 - 13h10

Uma queda brusca nos preços das memórias flash NAND – aqueles chips que armazenam fotos em câmeras digitais ou músicas, no iPods – está conduzindo inovação tecnológica entre as empresas que buscam aumentar suas vendas.
Entre os itens que os usuários devem começar a ver com mais freqüência em dispositivos eletrônicos estão cartões SD (secure digital), memory keys USB e unidades de armazenamento interno com muito mais capacidade dos que os existentes até aqui.
Além disso, os discos SSD (solid-state discs) utilizados em notebooks devem ter seus preços reduzidos, baixando também os valores cobrados por computadores portáteis.
O preço dos chips SLC (single-level cell) de memória flash NAND de 4 GB, por exemplo, caiu 73% desde meados de agosto de 2007, para 4,96 dólares na última quinta-feira (31), de acordo com a DRAMeXchange Technology, responsável por uma clearinghouse online do mercado de chips.
Os processadores chegaram a custar 18,50 dólares em agosto. O preço dos chips MLC (multi-level cell) de memória flash NAND de 4 GB caíram ainda mais – 75% -, para 2,23 dólares, ante 8,85 dólares por chip, em agosto do ano passado.
A diferença entre o SLC e o MLC é o custo e a sua vida útil. O SLC normalmente custa cerca de três vezes mais do que o MLC, e dura cerca de 100 mil ciclos de escrita. A vida útil do MLC é de apenas 10 mil ciclos.
Tanto a Toshiba quanto a Samsung desenvolveram um novo SSD de 128 GB baseado em MLC NAND para expandir seu uso em notebooks. Os novos SSDs são mais baratos e representam uma nova opção de armazenamento aos desenvolvedores de notebooks.
“A 128 GB, você dá aos consumidores o espaço de armazenamento que eles esperam em um notebook”, diz Jim Elliot, diretor de marketing de memória flash da Samsung.
No que diz respeito ao ciclo de vida desses processadores, a Toshiba e a Samsung utilizam chips controladores para dividir as escritas pelo drive, evitando que alguma parte do processador seja danificada muito rapidamente.
Os novos drives baseados em MLC representam um importante passo dos SSDs na batalha contra os HDD (discos rígidos). Em 128 GB, os padrões SSD têm muito mais chances de substituir o HDD em um laptop porque ele exclui algumas das vantagens de alta capacidade do HDD.
Os SSDs possuem diversas vantagens em relação aos HDDs: eles são mais leves, consomem menos energia, fazem menos barulho e permitem que um computador seja iniciado e carregue software mais rapidamente do que um HDD.
Por outro lado, os SSDs são bem mais caros do que os HDD, motivo pelo qual eles têm seu uso restrito praticamente apenas ao mercado de notebooks corporativos.
Elliott acredita que os SSDs para PCs responderão por 27% do consumo de NAND em 2011, especialmente nos computadores e dispositivos portáteis utilizados pelo mercado corporativo, que não se importa em pagar um pouco mais por equipamentos mais confiáveis.
A SanDisk está adotando, em relação aos SSDs, um caminho diferente do adotado por empresas como Toshiba e Samsung. A companhia produziu um SSD de 72GB em pequeno formato, próprio para equipamentos móveis.
O drive ocupa menos espaço, o que permite que seja utilizado por um grande número de aparelhos, afirma Iri Trashanski, diretor de desenvolvimento de negócios estratégicos da SanDisk. Ainda assim, o executivo não acredita haver, por enquanto, mercado para um SSD de 128 GB.
Brian Kumangi, gerente sênior de desenvolvimento de negócios em memórias flash NAND da Toshiba, acredita que o baixo custo dos chips MLC NAND serão um diferencial quando os SSDs de 128 GB ganharem o mercado. A Toshiba também está oferecendo SSDs MLC NAND de 32 GB e 64 GB para fabricantes de notebooks, MP3 e de outros equipamentos que requerem capacidade de armazenamento.
Há uma série de outros produtos onde as companhias estão inserindo memórias flash NAND para ampliar a capacidade de armazenamento. Um deles, graças ao iPhone, são os aparelhos celulares, lembra Elliott.
Aparelhos multimídia com memória flash de 8 GB devem se tornar padrão este ano, e portas para cartões estão sendo colocadas em celulares para ampliar sua capacidade de armazenamento de conteúdo, como filmes, jogos, software e outros.
Além disso, os preços mais baixos estão estimulando a inovação, assim como os baixos preços das memórias NAND ajudaram a colocar o chip em mais iPodes no início desta década. Uma área é a das câmeras de vídeo e similares. Por 119,99 dólares, usuários podem comprar uma câmera de vídeo com capacidade de armazenar até 30 minutos de gravação.
Além disso, equipamentos como GPS (Global Positioning System) para carros vão precisar de mais memória flash quando os mapas tridimensionais começarem a substituir os atuais, produzidos em duas dimensões. A boa notícia para os consumidores é que há tantos fabricantes de memórias flash NAND no mundo, que os preços permanecerão baixos, ou razoáveis, ainda por muito tempo.

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