terça-feira, 15 de maio de 2012
Mais da metade dos softwares consumidos no País ainda é pirata
Ricardo Zeef Berezin - IDG Now
Junto à Colômbia, o Brasil é o país com a menor taxa de pirataria de software da América Latina: 53%, de acordo com a Business Software Alliance (BSA), associação que defende a indústria do setor. O índice atual representa uma queda de 11 pontos percentuais na comparação com seis anos atrás, mas ainda é maior que a média global, de 42%.
Em outras palavras, isso significa que, a cada cem programas adquiridos ou baixados em território nacional, 53 são obtidos ilegalmente. Em termos de arrecadação o software licenciado também perde para o pirata, por ter respondido por 2,53 bilhões de dólares em 2011, ante 2,84 bilhões de seu “concorrente”.
É preciso ressaltar que o montante calculado para o software pirata não considera o quanto de dinheiro ele gerou, mas quanto a indústria deixou de ganhar por causa dele. Segundo Frank Caramuru, diretor da BSA no Brasil, a expectativa é que a proporção se inverta em até três anos.
“Um dos motivos para a queda não ser maior é a propagação da Internet no País. No entanto, desde 2007 o desempenho tem sido muito bom”, avalia. “Quanto menor for a taxa de pirataria, mais difícil fica nosso trabalho para reduzi-la ainda mais.”
A estratégia da BSA para avançar em seu objetivo se apoia sobre medidas de fiscalização, punição e educação. As duas primeiras valem principalmente para as empresas que preferem não pagar pelos softwares que utilizam e para as pessoas que copiam programas protegidos por direito intelectual e os comercializam. A educação, por sua vez, tem os usuários finais como público-alvo.
O estudo conclui 46% dos usuários brasileiros de computadores consomem softwares piratas – 7% disseram que o fazem sempre e 9%, frequentemente. Pessoas com até 44 anos respondem por 79% do bolo, indica que, por serem mais familiarizados com tecnologia, preferem não gastar com ela quando possível.
Pronto para usar
Um dos fatores apontados pela BSA para a queda da taxa de pirataria é a elevação nas vendas de computadores que vêm com softwares como Windows e Office pré-instalados.
“Máquinas cruas “caixa-branca”, que frequentemente são um vetor de pirataria, representaram uma fatia reduzida de mercado (16,8%, contra 17,3% em 2010). Contrabalanceando esse efeito positivo na pirataria, houve um aumento da participação de mercados emergentes.”
Outro fator, lembrado por Caramuru, é o crescimento do segmento de dispositivos móveis, como tablets e smartphones, que também vêm com o sistema operacional instalado. Além disso, contam com populares lojas de aplicativos, de modo que poucos recorrem à plataformas alternativas, que por vezes recorrem à oferta de programas proprietários sem a devida autorização.
Assim, por conta do lançamento do eminente lançamento do Windows 8, que contará com uma loja oficial de softwares, o otimismo da indústria tende a aumentar. “Sem dúvida nenhuma vai ser muito positivo para reduzir a pirataria”, disse Caramuru. “A computação em nuvem é outro ponto que tem ajudado.”
Para os próximos anos o maior problema para as empresas de softwares deverá continuar sendo a China. Ela está próxima de superar os Estados Unidos em valor pirateado – em 2011 ele foi de 8,9 bilhões de dólares – embora tenha um mercado quinze vezes menor. Sua taxa de pirataria é de 77%, maior que o dos outros membros do BRICS, como Índia e Rússia (63%) e África do Sul (35%).
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