quarta-feira, 15 de abril de 2009

Netbook da HP ganha um belo tapa no design


Quando esse negócio de netbook surgiu, cada fabricante correu atrás de fazer o seu, mas quase todos lançaram produtos semelhantes, por dentro e por fora. Foi a HP, com seu Mini-Note PC 2133, quem primeiro mostrou um modelo minimamente confortável e decente nas configurações. Agora que estão aparecendo vários minilaptops sofisticados, como o Sony Vaio P, a empresa sai na frente de novo com o Mini 1120BR, uma versão levíssima, com teclado espaçoso, design caprichado e processador Intel Atom. Sem exageros, é o melhor micrinho dessa enxurrada que já passou pelo INFOLAB.
É claro que a HP também aposta nos componentes de baixo custo, mas não priva a máquina de um acabamento estiloso, com tampa em black piano e desenhos de muito bom gosto. Parece mesmo um Pavilion em miniatura. Mas o grande mérito do netbook é possuir um teclado quase tão confortável quanto o de um laptop tradicional. Seu segredo é utilizar todo o espaço disponível na base. Assim, as únicas teclas mais apertadas são as laterais, como o Caps Lock e o Shift, além da fileira superior de funções. Você não demora mais de dez segundos para se acostumar e sair digitando sem olhar para as mãos.
Embora seja melhor que a média, o acabamento do teclado passa longe do visto num Pavilion, com plástico brilhante mais nobre. Aqui os botões são de um material fosco, sem aquele relevo entre uma tecla e outra, tradicional nos laptops da HP. Porém, no quesito ergonomia, a única reclamação vai para a base reta. Ela pode incomodar um pouco quando você digita por bastante tempo e deixa o punho apoiado sobre a quina. O efeito colateral do tecladão é um touchpad verticalmente estreito. Pelo menos é o suficiente para o cursor andar de um lado para outro, na diagonal, com somente uma passada de dedo.
Uma tela de babar
O Mini 1120BR também brilha, literalmente ou não, quando o assunto é sua tela de 10,1 polegadas. Ela tem resolução um pouco diferente da convencional, com 1 024 por 576 pixels, ou seja, é mais achatada. Porém, os aplicativos não ficam distorcidos e não causam nenhuma sensação de estranheza. No fim das contas, o formato só ajuda a deixar a máquina menor e mais fácil de carregar em qualquer bolsa ou pasta.
O display tem brilho e nitidez impressionantes, principalmente quando a máquina está ligada à tomada. Porém, ele mostra reflexos demais em ambientes muito iluminados. Aí é uma escolha da qualidade em detrimento da usabilidade. Em geral, costumamos criticar isso, pois o ideal em netbooks é a boa e velha tela fosca. Afinal, você geralmente usa essa máquina no colo, e não numa posição considerada ideal, bem à frente de seus olhos e com apoio sobre a mesa.
Olhando de longe, a tela parece até aquela usada nos MacBooks mais novos, com uma finura impressionante. Mas é claro que o material não tem a mesma qualidade do alumínio anodizado em peça única. Neste caso, trata-se de plástico comum na tampa, com cobertura em acrílico, em vez do vidro utilizado pela Apple. De qualquer forma, é o melhor acabamento já visto num minilaptop.
Configuração para o gasto
Se no quesito usabilidade o Mini 1120BR deixa os concorrentes comendo poeira, não podemos dizer o mesmo de seus componentes internos. No geral, a máquina teve uma melhora considerável de desempenho em relação à sua antecessora. Isso graças ao processador Intel Atom N270, de 1,6 GHz, que substitui o modelo da Via. Resultado: aumento de 2 066 para 3 345 pontos no teste de cálculos aritméticos do Sandra Lite.
O problema está na memória, de apenas 1 GB, e no disco rígido de 80 GB. Alguns concorrentes já estão equipados com 2 GB de RAM e a opção por 160 GB é praticamente unânime nos modelos que não usam SSD (Solid State Drive). Na prática, não sentimos lentidão ao rodar aplicativos de escritório, navegar pela internet e assistir clipes ao mesmo tempo. Muito disso por causa da escolha acertada da HP pelo Windows XP Home Edition, abandonando o Vista, muito pesado para um netbook com essa configuração.
Nos testes realizados pelo INFOLAB com vídeos, o resultado foi novamente um dos melhores da categoria. A máquina conseguiu 245 pontos no 3DMark05 e 92 pontos na versão 06 deste benchmark. Durante o uso, notamos que o brilho da tela diminuiu consideravelmente quando o notebook estava fora da tomada, embora o desempenho do processador tenha continuado o mesmo. Ainda no aspecto audiovisual, vale dizer que o som tem boa qualidade, sem distorção nos volumes mais altos, mas é baixo demais e quase não solta freqüências graves. Algumas versões gringas topo de linha dessa máquina vêm com alto-falantes melhores, fabricados pela Altec Lansing.
Cadê o 3G?
Alguns itens de conectividade fazem o Mini 1120BR perder pontos. O mais notável é a falta do suporte a chips 3G na versão testada pelo INFOLAB. Outro problema são as opções de rede, que usam padrões ultrapassados: a entrada para o cabo RJ45 é Fast Ethernet e a conexão sem fio é 802.11g. Também não deixa de ser estranha a presença de uma saída proprietária para vídeo. Se você quiser ligar um segundo monitor, vai precisar comprar um adaptador para VGA.
Um mal que vem para o bem é a baixa autonomia do netbook quando ele está longe da tomada. Explicando: sua bateria de apenas três células (metade do padrão em minilaptops) durou apenas 123 minutos sob uso intenso em nossos testes, enquanto alguns concorrentes alcançaram até 180 minutos. A vantagem dessa bateria pequena é que a carcaça do micro pesa somente 1 kg e mede 2,5 centímetros de espessura.
Sendo muito chato, ainda é possível apontar outros pontos negativos, como a presença de apenas duas portas USB e a falta de um pacote de programas caprichado, com sistema de inicialização rápida. Mesmo com todos os defeitos de configuração levantados, o preço de 1 999 reais (mais ou menos 300 reais acima da média) não pode ser considerado injusto. Os avanços no design e na usabilidade certamente fazem a máquina valer o quanto custa. Marco Aurélio Zanni, de INFO Online

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