quarta-feira, 9 de abril de 2008

Neovia negocia aporte para montar rede de banda larga móvel

Por Taís Fuoco
SÃO PAULO (Reuters) - A Neovia, companhia criada em 2001 para prestar serviços de Internet sem fio, negocia com investidores nacionais e internacionais para receber novo aporte. A empresa pretende financiar, com os recursos, a implantação de uma rede baseada no padrão móvel do WiMax, tecnologia sem fio de banda larga da qual ela é uma das poucas que detêm licença no país.
A companhia, que tem entre os atuais sócios a Vanguard, holding que concentra o grupo fundador, assim como o fundo REIF, a Intel Capital e o fundo Stratus VC, acredita que, com o novo aporte, "deve mudar significativamente o desenho da sua estrutura acionária", segundo Carlos Eduardo Barroso, diretor de Tecnologia e Operações.
O programa de investimentos na nova rede vai consumir, segundo ele, "centenas de milhões de reais". A empresa tem rede hoje no estado de São Paulo para conexões fixas de banda larga sem fio, com uma base de clientes composta por 800 empresas e 22 mil residências.
Além de implantar a rede móvel, com a qual poderá atuar na complementação das redes de operadoras de celular, a Neovia também pretende adquirir licenças para estender sua cobertura, hoje restrita ao estado de São Paulo.
"O WiMax como tecnologia tem um potencial enorme, tanto para estender a eficiência das conexões fixas como pela possibilidade de complementar a terceira geração de celular", disse.
A companhia chegou a apresentar propostas no leilão de frequências organizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em setembro de 2006, mas a licitação foi suspensa e o governo ainda trabalha na elaboração de um novo edital.
Na semana passada, a Embratel anunciou a estréia de seus serviços de conexão WiMax, com foco em pequenas e médias empresas, em 12 capitais do Brasil. Além dela e da Neovia, só têm frequências hoje para operar com a tecnologia WiMax a Brasil Telecom, o Grupo Sinos, do Rio Grande do Sul, e a empresa de telefonia WKVE, de Governador Valadares (MG).
De acordo com Barroso, a Neovia quer atuar "nas principais regiões metropolitanas do país", mas ele preferiu não detalhar quais. Ele explicou que esse investimento não depende do novo aporte porque a participação da companhia no leilão já estava prevista. "Os atuais sócios já tinham traçado a estratégia (para essa ampliação)", afirmou o executivo.
A empresa faturou 33 milhões de reais em 2007 e gera lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (da sigla em inglês Ebitda) há dois anos. Segundo Barroso, a margem Ebitda tem sido de "pouco mais de 30 por cento da receita". Por conta dos novos projetos, entretanto, ele prevê uma "diluição do Ebitda" até que a companhia consiga amortizar os novos gastos.

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