segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Lixo eletrônico: OIT cobra regulamentação na América Latina

Os países em desenvolvimento são o destino de 80% do lixo eletrônico produzido nas nações ricas, mas carecem da infraestrutura, de tecnologias de reciclagem apropriadas e da regulamentação legal para absorver essa vasta quantidade de detritos. Essa é uma das conclusões de um relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o documento - "O Impacto Global do Lixo Eletrônico: Lidando com o Desafio" - boa parte do lixo eletrônico exportado para as nações em desenvolvimento é enviado ilegalmente, e estes detritos acabam indo parar em plantas de reciclagem informais, predominantemente em países como China, Índia, Gana e Nigéria. Especificamente em relação à América Latina, o documento afirma que a maior parte dos países da região "ainda precisa elaborar uma legislação para o lixo eletrônico''.
O documento afirma que houve avanços recentes na região, como na Costa Rica, o primeiro país latino-americano a criar uma legislação nacional específica sobre o tema. De acordo com o estudo, ''as nações em desenvolvimento estão tendo de lidar com o ônus de um problema global, sem ter a tecnologia para lidar com isso. Além disso, os países em desenvolvimento estão eles próprios cada vez gerando maiores quantidades de lixo eletrônico". O estudo afirma ainda que está havendo um aumento rápido na geração de lixo eletrônico doméstico produzido na China, no Leste Europeu e na América Latina. Um total de 40 bilhões de toneladas de lixo eletrônico é produzido anualmente. Estima-se que 70% dos produtos eletrônicos descartados e exportados todos os anos parem na China, com o percentual subindo nos últimos anos.Muitas vezes, afirma ainda o levantamento, esse lixo exportado para a China é reexportado para outros países do Sudoeste asiático, como Cambodja e Vietnã. As exportações de pequeno porte são destinadas a países da África Ocidental. Mas o relatório diz que essa proporção deverá crescer, devido à adoção de leis mais duras por parte dos países do Sudeste Asiático, que costumavam absorver parte desse comércio.Entre os principais problemas ligados ao lixo eletrônico, de acordo com o relatório, estão a ausência de regulamentações para assegurar a segurança dos que lidam com esses produtos descartados e a falta de incentivos financeiros para reciclar detritos eletrônicos de forma responsável. A manipulação desses detritos traz vários riscos à saúde pela presença de materiais tóxicos.Entre as recomendações feitas no documento da OIT, estão: implantação de legislações apropriadas por parte dos países em desenvolvimento; a regularização do setor informal de reciclagem e a organização de trabalhadores que lidam com detritos eletrônicos em cooperativas. Fonte: G1por Convergencia Digital

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