sábado, 24 de julho de 2010

Setor eletroeletrônico tem deficit de US$ 12,1 bi no semestre

Queda na exportação de produtos de informática e telecomunicações, em especial de celulares, contribuiu para o resultado.
Por Redação do IDG Now!
Dados divulgados hoje pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) revelam que a balança comercial de produtos do setor eletroeletrônico fechou o primeiro semestre de 2010 com déficit de 12,1 bilhões de dólares.
No acumulado de janeiro a junho de 2010, as exportações somaram 3,64 bilhões de dólares, apontando incremento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2009. Mas as projeções não são otimistas. Se prosseguir nesse ritmo, o déficit anual do setor poderá superar a casa dos 25 bilhões de dólares. Valor superior às previsões iniciais, de um saldo negativo de 22,5 bilhões de dólares.
De janeiro a junho, as exportações somaram 3,6 bilhões de dólares e as importações 15,7 bilhões de dólares. Um resultado que reflete a queda de competitividade da indústria instalada no País.
Embora as vendas externas de bens de automação industrial, de utilidades domésticas e materiais elétricos de instalação tenham crescido mais de 20%, com destaque para as exportações de dispensadores automáticos de papel-moeda (+159%), refrigeradores (+26%) e quadros e painéis (+29%), respectivamente, as exportações de bens de informática recuaram 9,0% e as de GTD (geração, transmissão e distribuição de energia elétrica) e telecomunicações, 14%.
Os principais destaques foram as retrações das máquinas de processamento de dados (-24%), os transformadores (-18%) e telefones celulares (-21%). Estes últimos lideraram as exportações do setor, somando 535 milhões de dólares.
A Argentina foi o principal destino das exportações da indústria eletroeletrônica no semestre, com 28,2% do total, somando 1,0 bilhão de dólares. Apenas as vendas de bens de Telecomunicações recuaram em função dos telefones celulares. Ao excluir estes produtos da área de Telecom, as exportações dos demais itens desta área cresceram 51%.
Foram justamente os celulares os principais produtos do setor exportados para a Argentina, responsáveis por 29% do total. Em seguida, vieram: eletrônica embarcada, refrigeradores e motocompressores herméticos.
No geral, exportação de celulares cai
As vendas de celulares para a Venezuela sofreram forte queda de 80%, passando de 90,3 milhões de dólares, no 1º semestre de 2009, para 17,8 milhões de dólares, no 1º semestre de 2010. Desta forma, a Venezuela, que era o segundo principal destino das exportações destes aparelhos, passou para a sétima posição.
As exportações de celulares para os Estados Unidos (-51%), México (-64%) e Colômbia (-79%) também apontaram quedas expressivas.
No sentido inverso, as vendas de telefones celulares para o Uruguai (+261%), Equador (+152%) e Peru (+353%) registraram fortes incrementos, porém não compensaram a queda nas vendas para os demais países.
A Argentina permaneceu como principal destino das exportações destes aparelhos, respondendo por 56% do total.
Junho ruim
Só no mês de junho/2010 as exportações totalizaram 616,6 milhões de dólares, resultado 5% inferior ao do mesmo período do ano passado (649,0 milhões de dólares), quando os negócios estavam retraídos em consequência da crise internacional. Se comparado a junho de 2008 (933,9 milhões de dólares), a queda chega a 34%.
Com referência a comparação com junho de 2009, as vendas externas de bens de Telecomunicações (-38,5%) foram as que apontaram a queda mais significativa, com destaque para a redução de 49% nas exportações de telefones celulares.

Nenhum comentário: