O iPhone 3G levanta de imediato uma questão óbvia, mesmo para quem já tem telefones 3G: que diabos significa isso, além de sua definição básica de "terceira geração".A rede 3G de uma operadora oferece uma experiência de banda larga móvel, esteja você sentado no sofá de casa, caminhando ou dentro de um carro. O 3G se refere à evolução das redes de telefonia. A primeira geração (1G) tinha redes apenas analógicas. Se você é muito novo para lembrar os tijolões pesados que eram aqueles aparelhos, vai dar risada ao saber que eles aguentavam minutos, e não horas, de conversação, tinham recepção ruim e ligações com qualidade ruim. As redes 1G conseguiam transmitir dados em velocidades muito lentas, isso se o dia estivesse bom. As redes de segunda geração (2G) já eram digitais, mas foram criadas em uma época que a internet não fazia parte do processo. Elas não eram otimizadas para trocar dados, mas conseguiam reduzir a capacidade de rede necessária para transmitir pacotes de voz. "Espremer" voz analógica em dados permitiu às operadoras lidar com mais ligações, o que significou muito mais dinheiro no bolso delas antes dos planos de minutos ilimitados. Apesar disso, as redes 2G conseguiam enviar dados. As operadoras que usavam a tecnologia CDMA (Code Division Multiple Access), como a Sprint e a Verizon Wireless nos EUA e a Vivo no Brasil, começaram a oferecer serviços de dados no padrão 1xRTT. Já as operadoras GSM (Global System for Mobile Communication) ofereciam acesso tanto em GSM e GPRS (General Packet Radio Services).
E isso nos leva ao 3G (e o 2,5G, onde fica? Espere um pouco, já volto ao tema). O 3G foi projetado para lidar com dados de uma maneira natural. Ele foi otimizado para levar bits que podem ou não ser relacionados a voz.
A Vivo fez, no Brasil, uma rede baseada no padrão EVDO, uma evolução do CDMA, que hoje ainda é oferecida ao mercado corporativo. Nos EUA, esse caminho foi seguido pela Verizon e pela Sprint. (A Vivo, apesar de ter migrado para a tecnologia GSM, não relançou seu 3G ainda. Ela anunciou que vai lançar o iPhone no Brasil)
A Vivo fez, no Brasil, uma rede baseada no padrão EVDO, uma evolução do CDMA, que hoje ainda é oferecida ao mercado corporativo. Nos EUA, esse caminho foi seguido pela Verizon e pela Sprint. (A Vivo, apesar de ter migrado para a tecnologia GSM, não relançou seu 3G ainda. Ela anunciou que vai lançar o iPhone no Brasil)
Já a AT&T, operadora oficial do iPhone nos EUA, manteve o caminho do GSM, e foi para o HSPA (High Speed Packet Access), que usa dois padroes distintos para download (HSDPA) e para upload (HSUPA).
A Claro, que foi a primeira a anunciar o lançamento oficial do iPhone 3G no Brasil, usa essa tecnologia.
Redes HSPA permitem chamadas de voz e de dados simultâneas. A Apple confirmou que o iPhone 3G pode navegar na web, baixar e-mails e encontrar mapas ao mesmo tempo que você fala (seja no aparelho ou em um fone Bluetooth).
Agora, voltando ao 2,5G, é aquela faixa de velocidade entre 200 Kbps e 400 Kbps entre as redes 2G e 3G, basicamente representada pelas redes EDGE usadas pelo iPhoje atual. Ela foi criada para acelerar as redes 2G sem precisar de novas tecnologias e espectro de rede necessários para o 3G.
Falar em 2,5G não faz muito sentido, mas foi um meio para as operadoras economizarem algum dinheiro e terem algo mais veloz enquanto o 3G não chegava. Versões futuras do EDGE prometem ser quatro vezes mais rápidas, embora seja necessário atualizar o software das estações rádio-base das operadoras e novos chips nos smartphones.
A Claro diz que sua rede 3G atinge velocidades de rede que, dependendo do pacote oferecido ao cliente, passam por 250 Kbps, 500 Kbps e 1 Mbps, mas já anunciou investimentos para ampliar sua rede 3G. (Veja outros serviços 3G no Brasil)
A Vivo não informou ainda quais serão as velocidades de sua rede 3G. Na teoria, redes HSPA têm velocidades nominais de 3,6 Mbps, embora seja uma conexão compartilhada por usuários em determinadas áreas com a mesma frequência. Para efeito de comparação, uma rede EVDO nos EUA tem taxa nominal de 3,1 Mbps.
A Vivo não informou ainda quais serão as velocidades de sua rede 3G. Na teoria, redes HSPA têm velocidades nominais de 3,6 Mbps, embora seja uma conexão compartilhada por usuários em determinadas áreas com a mesma frequência. Para efeito de comparação, uma rede EVDO nos EUA tem taxa nominal de 3,1 Mbps.
Se você prestou atenção ao keynote de Steve Jobs na abertura do WWDC 2008, percebeu que ele citou a velocidade de 1,7 Mbps de pico para download no iPhone 3G. Isso é oito vezes mais rápido que o download uma rede EDGE a 200 Kbps) e significa que é uma melhoria de tempo de duas a três vezes na hora de carregar páginas da web e baixar anexos de e-mail. Ele disse ainda que o desempenho do iPhone 3G seria muito próximo do Wi-Fi.
Comparar velocidades de navegação e de e-mails em 3G, 2G e Wi-Fi é uma espécie de distração; não é errado, mas não revela muita coisa. É a capacidade de processamento da rede e os processadores 3G e de gráficos do iPhone que determinam a velocidade dos dados que podem ser aparecer na tela do aparelho.
Daria até para colocar um cabo Gigabit Ethernet a um iPhone e ele ainda levaria 26 segundos para mostrar o site da National Geographic, na página que Jobs usou em sua comparação.
Daria até para colocar um cabo Gigabit Ethernet a um iPhone e ele ainda levaria 26 segundos para mostrar o site da National Geographic, na página que Jobs usou em sua comparação.
Além disso, o iPhone 3G deve se conectar a velocidades de até 25 Mbps em uma rede Wi-Fi 802.11g, o padrão mais rápido que o telefone aguenta. Chips 802.11n ou Draft-N, que atingem até 100 Mbps, não existem em chips pequenos ainda e não conseguem gastar pouca energia, o que não é bom para um telefone.
O que Jobs fez foi comparar o 3G a um hotspot Wi-Fi que acreditamos estar conectado a 1,5 Mbps, valor comparável ao da nova rede atualizada da AT&T. Nos EUA, já é comum ver hotspots públicos aumentando sua velocidade oferecida - é o caso do aeroporto de San Jose, na Califórnia, que instalou pontos de acesso com 15 Mbps em diversos terminais. Onde o 3G é rápido, o Wi-Fi pode até ser mais rápido. Mas o Wi-Fi pode ter gargalos de conexão (e custos diversos, já que não é oferecido pela sua operadora), e o 3G não tem (compre seu plano de dados e pronto).
O futuro do 3G é grande, baseado no que já sabemos sobre o que vem por aí. A Claro anunciou recentemente uma atualização em sua rede 3G, sem informar qual velocidade pretende atingir. Nos EUA, a AT&T deve levar sua rede para a velocidade de 7,2 Mbps em breve, e tem em planos de duplicar ou quadruplicar esse número em um futuro próximo.
E a alta velocidade não pára no 3G não. Em 2012 - ou quem sabe antes - as primeiras redes LTE (Long Term Evolution) começam a funcionar, iniciando uma era 4G (a AT&T já disse que vai investir nisso). O LTE promete velocidades de 50 a 150 Mbps para download. E ainda existe a alternativa de usar Wi-Max, tecnologia defendida pela Intel, que pode oferecer downloads de 5 a 15 Mbps ainda este ano em algumas cidades norte-americanas (no Brasil, a Embratel vai ter algo similar com Wi-Max).
A decisão da Apple de ir em direção ao 3G com o iPhone é parte de uma grande tendência nos dispositivos sem fio. Não apenas na questão da mobilidade, mas também com banda larga de verdade, oferecendo uma alternativa real aos notebooks.
Glenn Fleishman, Macworld.com*13-06-2008com adaptação de Henrique Martin, da Macworld Brasil
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