sábado, 16 de maio de 2009

Etiqueta inteligente controla o estoque em clínica médica


Fabrício Escandiuzzi Direto de Florianópolis
Uma clínica médica em Florianópolis começou a utilizar o sistema de Identificação por Radiofreqüência (RFID, sigla de Radio-Frequency Identification) para controlar o estoque de dispositivos implantáveis de alto custo. É a primeira do Brasil a utilizar esse tipo de tecnologia de "etiquetas inteligentes" na administração de equipamentos e estoque consignado. A experiência tem dado certo e a tecnologia poderá ser aplicada aos prontuários e históricos médicos dos pacientes, em breve.
O RFID surgiu como um possível substituto do código de barras pela capacidade de armazenamento de um número infinitamente superior à atual teconologia, num chip cerca de dez vezes menor do que uma formiga.
Em Florianópolis, uma parceria entre a empresa Gtt (Goods that talk) e a Coris Medicina Avançada permitiu a aplicação da tecnologia para o controle de catéteres, próteses e outros equipamentos de uso na medicina.
Por serem muito caros, esses produtos são mantidos em consignação A solução "Gtt Cabinet" utiliza a plataforma RFID para fornecer a chamada etiqueta inteligente ¿ TAG ¿ com um número de série único, evitando que um mesmo objeto apareça mais de uma vez dentro do estoque.
"A solução gerencia a organização dos produtos por tamanhos, grupos de dispositivos, fabricantes ou tipos de procedimentos e permite restringir também o acesso de pessoas não autorizadas aos materiais, garantindo maior segurança aos pacientes", explica o engenheiro de produção Thiago Freitas. "Sempre que o material é acessado, desde médicos até os próprios fornecedores em consignação são informados em tempo real".
A aplicação, segundo Thiago, aumenta a capacidade de atendimento da clícica ao gerar economia de tempo. "Com isso, os funcionários da clínica passam a dedicar seu tempo integralmente para cuidar de pacientes, sem se preocuparem com questões de estoque", destaca. "Ainda estudamos aplicar todas as informações e históricos médicos numa etiqueta na pulseira do paciente, permitindo o acesso ao seu prontuário em tempo real e agilizando o atendimento".
A tecnologia
O sistema RFID tem diversas vantagens em relação ao código linear (barras). O sistema pode armazenar uma série de informações sobre os produtos, como origem, validade, cor, uso, data de fabricação, entre outras. O código de barras, por sua vez, formado por treze números, não abrange tamanha quantidade de informações.
A cor de uma blusa ou a data de fabricação de um equipamento exposto na etiqueta eletrônica podem não fazer tanta diferença ao consumidor num primeiro instante, mas para o varejista essa distinção torna-se cada vez mais necessária em sua estratégia de reposição.
"O custo de aplicação de cada etiqueta gira em torno de trinta centavos, o que de certa forma inviabiliza sua aplicação, por exemplo, em grandes redes de supermercados", afirma o engenheiro.
A tecnologia, apesar de recentemente ter começado a ser aplicada na indústria, surgiu no final dos anos 30. Militares usavam a radiofrequência para identificar aviões aliados durante combates da Segunda Guerra Mundial.
Hoje, o uso está cada mais abrangente, de clínicas médicas, bibliotecas, controle de estoques de medicamentos, portos, identificação animal, hotéis e tem se mostrado eficiente na aplicação em redes de supermercados. "O RFID permite uma série de aplicações notáveis", completa Thiago. "Na clínica tem se mostrado muito útil no controle dos produtos de alto valor agregado e na economia de tempo".

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