Maurício Moraes, da INFO
SÃO PAULO - Como a tecnologia está mudando o jeito de aprender dentro (e fora) das salas de aula.
Começa mais uma aula no laboratório de biologia do Colégio Bandeirantes, em São Paulo. Estudantes do ensino médio observam lâminas com pedaços de pele em microscópios digitais conectados a laptops. A professora fala sobre as estruturas celulares que são exibidas em um telão. Dá zoom nos pontos que pretende destacar e pede para os alunos mudarem de lente para observar mais detalhes. É com os computadores que cada grupo grava as imagens do microscópio para poder estudar melhor depois. Dos notebooks na sala de aula aos microscópios superavançados, a tecnologia está cada vez mais presente nas escolas brasileiras, particulares ou públicas. E não é apenas porque as instituições querem tornar as aulas mais high-tech: a demanda também parte dos próprios alunos, uma geração cada vez mais multitarefa. No Bandeirantes, por exemplo, antes de os novos aparelhos serem adquiridos para os laboratórios, os alunos já tomavam a iniciativa de bater fotos ou gravar vídeos daquilo que viam — em seus celulares, claro. Tanto professores como alunos vivem um momento de transição. Os recursos digitais disponíveis hoje ainda não foram totalmente explorados e há um mundo de possibilidades. Aos poucos, as experiências se multiplicam por todo o país. “Existe um potencial gigantesco e há muito mais benefícios do que riscos”, diz Roseli de Deus Lopes, professora do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e especialista no uso de tecnologia aplicada à educação.
Como um dos principais papéis da escola é o de ensinar a pensar, quanto maior o número de ferramentas disponíveis, melhor pode ser o estímulo. “Quando usam a tecnologia, eles vão longe”, diz Roseli. Ela cita como exemplo o projeto de um grupo de estudantes do Centro Educacional Sigma, de Brasília, premiado na 4ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Com a ajuda de um site de uma universidade portuguesa, os adolescentes desenvolveram um modelo de trem de levitação magnética.
Uma das tendências que começam a ganhar força nos colégios é a distribuição de um computador para cada estudante. Os netbooks são uma escolha frequente, mas nem sempre é essa a regra. Cada um dos cerca de 200 alunos do ensino médio do D’Incao Instituto de Ensino, em Bauru, carrega um MacBook na mochila. Os laptops, que podem ser levados para casa, serão dos adolescentes quando eles se formarem. Para isso, os pais pagam à escola uma taxa de manutenção mensal. “Usar Mac saiu caro no início”, diz Pedro D’Incao, diretor pedagógico do colégio. “Mas foi a solução mais econômica. Não temos problemas com vírus e a manutenção é baixíssima.”
domingo, 18 de outubro de 2009
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