sábado, 2 de junho de 2012

Facebook fica fora do ar e agrava desvalorização

por INFO Um mundo aberto é um mundo melhor, pois com mais informações podemos tomar melhores decisões”. A frase, de autoria de Mark Zuckerberg, é uma ode ao compartilhamento de dados, de preferência nos servidores de sua rede social. Ao tratar com investidores e usuários, no entanto, Mark parece seguir a máxima oposta à sua declaração.Nesta sexta-feira, por exemplo, a maior rede social do mundo ficou lenta, instável, eventualmente fora do ar. Os mais de 900 milhões de usuários que dependem do Facebook para trocar informações, vender produtos ou tocar em frente seus planos de marketing sentiram o impacto. Oficialmente, a rede divulgou um comunicado mínimo, de uma linha, admitindo o “inconveniente”, mas sem revelar sequer superficialmente as causas do outage.Foi assim também com os investidores da companhia social. Administrando o Facebook como uma monarquia (Mark detém 56% dos papéis com direito a voto), Zuckerberg escondeu do prospecto apresentado a investidores individuais que o crescimento da receita da rede social vai desacelerar-se. Está sendo processado por isso, registre-se.A diminuição na taxa de crescimento das receitas deve-se à migração dos usuários do PC para smartphones, dispositivos onde o Face não consegue monetizar tão bem os petabytes de dados que recolhe de todos nós. Também nesta sexta, os papéis da rede social fecharam em seu patamar mais baixo na Nasdaq, negociados a 27,72 dólares, uma queda de 27% em relação ao preço do IPO (38 dólares).Uma companhia que vale 100 bilhões de dólares e serve a 900 milhões de clientes deveria seguir a máxima defendida por seu fundador e explicar, por exemplo, em que medida prevê queda na velocidade de crescimento de suas receitas ou algo bem mais simples, como a razão de ficar fora do ar nesta sexta-feira e se será capaz de sustentar a expansão no tráfego de dados dentro de sua rede.Como nós bem sabemos, o Facebook não explicará uma coisa nem outra. Nos termos de uso da rede, as regras são claras. Ela oferece uma plataforma social gratuitamente a todos nós e se encarrega de pagar astronômicas contas de data center, contratar programadores renomados e gerenciar nossas conexões. Ao monetizar os dados que voluntariamente cedemos, uma vez que ninguém nos obriga a integrar a família Zuckerberg, paga-se as contas. É bom um acordo. Mas as pressões serão crescentes para que o Facebook faça o que prega, torne-se minimamente transparente.Uma boa sugestão é copiar o Google e criar um dashboard informando, de forma transparente e em tempo real, sobre eventuais instabilidades. Já seria algum avanço. Zuckerberg, recém-casado com uma descendente de chineses, deve conhecer a frase do líder chinês Mao Tsé-Tung, que pontou que até a mais longa marcha começa com um primeiro passo.

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